Eu não entendo

Não entendo porque é tão difícil para os meus familiares notarem o quanto eu estou diferente, psicologicamente falando. Não consigo parar em emprego nenhum, e estou saindo cada vez menos de casa. Será que isso é assim tão normal pra eles, a ponto de não notarem nenhuma diferença? Ou será que pensam (meu pai  apenas, neste caso) que é apenas corpo mole por não querer trabalhar?

Falando em trabalho, porque eu sempre acabo não gostando deles, e quando tento achar algo melhor, fico sem ambos (o que almejei e o que tinha)? Será que eu sou a única pessoa no mundo que não pode sonhar mais alto ou tentar conseguir um emprego melhor? Porque eu tenho que ficar sempre sofrendo pela mesma coisa, pela mesma angústia que não corresponder a expectativa dos outros?
Eu sei que é errado (ou não), me achar superior as pessoas que trabalham comigo em certos locais, mas é só ver como eu sou, e você mesmo notará que eu não nasci pra ficar trabalhando em escala 6x1, carregando peso e ganhando uma esmola (salário mínimo).
E também, porque as pessoas que trabalham a sua volta não enxergam o seu potencial, a ponto de tentar colocá-la em um outro setor para que seu rendimento seja melhor? Estão sempre buscando gente capacitada, mas ficam tão vidrados em ficar olhando curriculum que esquecem de olhar as qualificações intelectuais das pessoas. Afinal, do que adianta o cara ter faculdade, se ele realmente não sabe usar a cabeça?

Gostaria também de saber, porque o meu pai é tão rigido assim. Ele quer que eu seja igual a ele, que enfia a cara no trabalho e esquece do mundo? Que seja mais um soldadinho dessa fábrica chamada vida, onde todo mundo tem que ter carro, casa própria e ser casado? Afinal, pra eles né, isso é ser feliz.
Mas quem foi que falou que eu penso dessa maneira também?
Nunca parou para perguntar como eu me sinto em relação as coisas que são feitas aqui em casa, nunca parou para perguntar como eu me sentia em relação ao trabalho, nunca parou para perguntar como eu me sentia em relação aos meus objetivos. Aliás, não é apenas questão de perguntar, e sim de notar que o meu pensamento é mais importante pra mim do que o dele próprio sobre mim. Tipo, ele quer fazer da minha vida, como se fosse a dele, e esse perfeccionismo dele (que é falho pra caralho), consegue deixar tudo ainda pior.